20 outubro 2005

Campereando

CAMPEREANDO
Mauro Moraes

Na charla dos milongueiros, contraponteando o silêncio
Eu sempre digo o que penso, quando o violão me golpeia
E me garanto por terra, cantando coisas do campo
Sem molestar o quebranto, dum bordoncio queixoso
Aqueles do olhar lacrimoso, quando voltamos pra dentro

Campereando vou, campereando, vou
Vou eu, à cavalo, encurtando o pago, campeador

Guardo nas léguas dos olhos, remorsos nunca esquecidos
Um catre "bueno" e curtido, pros dias que não enfreno
Tropilhas do mesmo pelo, parceiros das invernadas
Quando amadrinho quarteadas, no pampa do meu estado
E um coração solidário, velando a luz do luzeiros

Sabe comadre milonga, fulana nem sei das quanta
Sempre que um sonho se planta tenho com quem conversa
Ando de lado atorado, marcado pelo meu jeito
Quando a dor abre o peito, e o vento nada responde
Talvez buscando horizontes, eu mude a cara do tempo

3 comentários:

Eduardo Graça disse...

Acabei de postar o poema "Ítaca" na tradução em língua portuguesa mais recente publicada e credível. Agora pode fazer comparações pois, na realidade, pela pesquisa que fiz a propósito, existem muitas e variadas traduções deste mesmo poema. Depois farei um link para o seu blog.
Com um abraço

Eduardo Graça disse...

Pode ver em www.absorto.blospot.com

Eduardo Graça disse...

Claro que é
www.absorto.blogspot.com