Saiu essa madrugada na Folha de São Paulo uma curiosa reportagem sobre o repúdio de Hugo Chavez às manifestações do Halloween. Para Chavez, o Halloween seria alguma imposição externa que nada tem a ver com o povo venezuelano. Os jornalistas, obviamente, chamaram a atenção a outro fato: Chavez, dizendo isso, estaria contrariando o artigo 350 da constituição venezuelana, que visaria a livre manifestação "democrática". Estranho dizer isso em relação à opinião de um presidente, principalmente vinculando outra notícia que manifesta que 77% dos venezuelanos aprovam o seu. Curioso: um presidente pouco democrático e maleável sendo apoiado por 77% de seu povo?
Mas, de todo modo, é importante chamar a atenção a outras questões que envolvem esse manifesto (sendo Chavez o que quer que seja, e sendo a "democracia" governo da maioria ou do que quer que seja). De uns anos para cá, no Brasil, vem se formando cada vez mais uma cultura do "Halloween", do "dia das bruxas". Mas, em via contrária, a cultura brasileira está sofrendo uma pesada massificação e uniformização do que viria a ser uma "cultura brasileira" propriamente dita, e um esquecimento generalizado de suas manifestações regionais. Para citar um único exemplo, mas que abarca um feixe de questões, basta mencionar as diversas culturas do sul do país: que lugar há para elas na mídia? Quase nenhum, com exceção das próprias produções regionais, e de alguns turistas que descobrem que o Brasil não se resume aos axés, pagodes e sertanejos vinculados na mídia maior.
31 outubro 2005
Halloweens e afins
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