O weblog New York on Time publicou um texto bastante curioso de Umberto Eco, sobre as inspirações de Joyce a partir de um manuscrito do século IX. Destaque para as menções de Eco ao jogo de labirintos constituído pelo "Livro de Kells", em oposição ao saber enciclopédico que parece animar nossas ordens - subvertidas por Joyce. É como se - diz Eco - para além de nossas ordens constituídas, houvesse todo um labirinto da linguagem, no qual nossa pretensa lineariedade apenas pertenceria a esse jogo. Isso faz em muito lembrar outros posts e sites que aqui comentamos, por exemplo sobre o "jogo de espelhos" do Bibliodyssey (post que fala também sobre Flaubert), e as menções ao maravilhoso Giornale Nuovo.
Mas a verdadeira novidade não parece se resumir à da criação de operações semelhantes às já mencionadas sobre os literatos modernos. Flaubert elabora um livro sobre Santo Antão. Poderíamos citar vários outros exemplos, como o John Wilkins de Borges. Vários literatos contemporâneos evocam figuras do passado para "subverter" a própria linguagem presente. Porém, nisso tudo é muito curiosa a menção de Eco a um texto do século IX, bem mais recuado do que o clássico Wilkins ou as inspirações do Santo Antão renascentista.
21 outubro 2005
Eco, Joyce e o "Livro de Kells"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário