MULTIDAO - GUERRA E DEMOCRACIA NA ERA DO IMPERIO
Autor: NEGRI, ANTONIO Autor: HARDT, MICHAEL
1ª Edição - 2005 - 530 pág.
A quantas anda o imperialismo na era do Império Americano? Muitos afirmam que a guerra unilateral contra o terrorismo promovida pelos Estados Unidos prova que o imperialismo à velha maneira continua vivo e atuante. Depois de analisarem a nova ordem política da globalização em Império , em 'Multidão', Hardt e Negri sustentam que é o contrário que acontece - os terríveis fracassos do projeto americano vêm confirmar que a única maneira de ricos e poderosos preservarem seus interesses e assegurarem a ordem global é estabelecer uma ampla colaboração entre as potências dominantes, numa nova forma de Império. Mas esta paz imperial de forma alguma constitui uma solução para a maior parte do mundo. Esta paz serve na realidade para manter globalmente um estado de violência que vem progressivamente permeando todos os aspectos de nossa sociedade, exacerbando hierarquias e subvertendo as possibilidades tradicionais de troca democrática. Será que o medo transformou-se em nossa condição permanente e a democracia, num sonho impossível? Semelhante pessimismo é profundamente equivocado, sustentam Hardt e Negri. Ao colonizar e interligar de maneira cada vez mais profunda um número maior de áreas da vida, o Império está na realidade criando a possibilidade de um novo tipo de democracia. Convergindo numa comunidade globalmente interligada em redes, diferentes grupos e indivíduos podem associar-se em fluidas matrizes de resistência; deixando de constituir 'massas' silenciosas e oprimidas, podem formar uma multidão, com o poder de forjar uma alternativa democrática à atual ordem mundial.
O Globo / Data:22/10/2005
Amor & multidão
Rachel Bertol
Foi sob o impacto dos protestos que eclodiram em Seattle, no fim de 1999, e em Gênova, em 2001, os ditos movimentos antiglobalização, que o italiano Antonio Negri e o americano Michael Hardt escreveram Multidão (editora Record) ? obra que o filósofo italiano lança hoje em Nova Iguaçu e em conferências no Rio nos próximos dias (uma delas no auditório do Globo, terça-feira). No livro, os autores aprofundam idéias que haviam desenvolvido em 'Império', que obteve ampla repercussão nos meios intelectuais de esquerda de todo o mundo, quando publicado, em 2000. Ao buscar entender as novas formas de poder na globalização, Negri e Hardt destacam a força da multidão, conceito que se refere à potência criativa dos indivíduos, à cooperação e aos desejos que propiciam resistência e transformação, isso numa era em que a soberania dos Estados-nação entrou em xeque e a guerra tornou-se global, policialesca.As análises dos movimentos da multidão ? os quais se expressam em encontros como os do Fórum Social Mundial, com redes militantes de intelectuais, negros, indígenas etc ? alimentam outro livro que Negrilança agora no Brasil - 'Glob(AL) ? Biopoder e luta em uma América Latina globalizada' (Record), escrito com o professor da UFRJ Giuseppe Mario Cocco. Os autores reiteram no livro seu apoio ao presidente Lula. Em sua opinião, com Lula mantém-se aberto um espaço 'constituinte', de 'articulação entre conflito e consenso', que vai no sentido 'de uma radicalização democrática ? ética ? (...) contra o acaso, contra o passado, contra tudo o que é constituído'.Em entrevista por telefone de Veneza há poucos dias, antes da viagem à América Latina ? Negri esteve esta semana no Chile e depois do Brasil irá à Argentina ?, o filósofo afirmou que o caso brasileiro 'é o cúmulo'.? São os corrompidos que ganham. E os corrompidos são o sistema e não o pobre Lula. É como na Itália - Berlusconi ganha, e ele é o corrompido. É a mesma operação - quanto mais você é corrompido, mais você ganha ? observou o filósofo, que há dois anos reconquistou sua total liberdade, após cumprir pena na Itália devido à acusação de envolvimento com o grupo Autonomia Operária.
HARDT, MICHAEL
Michael Hardt is Assistant Professor in the Literature Program at Duke University.
NEGRI, ANTONIO
Antonio Negri is an independent researcher and writer and an inmate at Rebibbia Prison, Rome. He has been a Lecturer in Political Science at the University of Paris and a Professor of Political Science at the Univerity of Padua.
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