20 setembro 2005

Bornhausen e o racismo


A NovaE publicou um artigo - agora bastante difundido na internet - de Emir Sader que acusa o líder do PFL, Jorge Bornhausen, de racismo, por enunciar que "a gente vai se ver livre dessa raça [o PT], por, pelo menos, 30 anos". Enviei um comentário à Novae sobre o artigo, mas infelizmente foi apagado.

No meu comentário, explicitei que, embora concorde com todas as idéias de Sader, o tom do artigo parecia deveras inflamado, associando a declaração de Bornhausen a um suposto desprezo que ele - e outros barões do Brasil - teriam pelo próprio povo brasileiro. Tal desprezo, vindo da "Casa Grande", é evidente, caso o tomemos pela história ou atentemos às entrelinhas de como nosso Brasil contemporâneo é constituído. Mas como a pena (ou o "poema", diria Leminski) é tão importante na "luta de classes" quanto o auto-falante ou o povo às ruas, talvez o tom de Sader pudesse ser menos pessoal, e mais estratégico, causando menos asco a seus oponentes, e angariando a atenção de mais leitores "inimigos" para sua letra.

De todo modo, seja ou não taxado de "radical", o artigo de Sader toca no essencial, na evidente e (ao mesmo tempo) pouco conhecida querela dos "radicais": se sua letra é desconsiderada simplesmente por ser taxada de "radical", sobre que pretensa posição seriam sustentados aqueles que a denominam como tal?

A Isto É, essa semana, acabou publicando uma entrevista com o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, que menciona o assunto. Segundo Wanderley, a crise política pode acabar desencadeando uma onda de conservadorismo reacionário.

2 comentários:

Leonardo Ferretti disse...

Quem sou eu para defender alguém como o Bó, que recebe vale assessor do congresso nacional para uma turminha lá de POA; mas o Sader não fala lé com cré, já cansou sua panfletagem na internet defendendo o Lula e o PT... as urnas é que devem dar a opinião agora, além dos blogs é claro.

Anônimo disse...

O Sader muitas vezes exagera, mas também coloca o dedo em muitas feridas. E qualquer coisa que disser do Herr Bornhausen é pouco!